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PIO VARGAS

 

PIO VARGAS nasceu em Iporá (GO), em 7 de setembro de 1964 e faleceu 8 de março de 1991. Cursou apenas o Primeiro Grau na Escola Elias de Araújo Rocha, ainda em sua cidade natal. Há pouco registro biobibliográfico disponível sobre Pio Vargas. O certo é que levou vida meteórica, esgotada na vida boêmia de Goiânia. Ali crepitou nas casas noturnas, principalmente onde reinasse a efervescência cultural. Passou pela diretoria da União Brasileira de Escritores, seção de Goiás, e pela assessoria geral da Secretaria de Cultura do Estado. Idealizou as Edições Divagar e Sempre, de sentido marginal, que editou vários autores goianos. Promoveu recitais, festivais de música e semanas culturais pelo interior de Goiás. Edival Lourenço ressalta que “Sua poesia é densa e trágica, própria de quem traz pela vida uma agonia congênita, irremediável, desenganada, de quem chama para si as cólicas do mundo e lhes concede uma roupagem de alto requinte”. 

 

Poema de Pio Vargas

 

A mulher que quero

 

Eu quero uma mulher de aço
que seja leve como a pena,
cujo sorriso seja um laço
a me prender como um poema.

 

Eu quero uma mulher madura
a me guiar durante o dia,
quando for noite ser vadia
a me domar sem armadura
e a me tomar como num sonho,
uma mulher que seja a lua
dentro do sol em que me ponho.

 

Eu quero uma mulher de ferro
com um aplauso pra quando acerto
e um perdão pra quando erro,
como alguém que seja o brilho
dentro do escuro em que me encerro.
Uma mulher que seja plena
uma amante de verdade
que seja motivo de lembrança
e um intervalo na saudade
que, diurna, me cuida,
mas que, noturna me invade.

 

Eu quero uma mulher-mãe
que seja vinho, cerveja,
refrigerante, champanhe,
que me entenda se viajo
e se fico me acompanhe.

 

Eu quero uma mulher toda
que me edifique como homem
e algo depois me exploda

 

Fonte: www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/goias/pio_vagas.html

 

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