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Poesias de Arlinda Pessoa Morbeck

 

Arlinda Pessoa Morbeck, nasceu aos 04 de abril de 1889 na cidade de Salvador capital do Estado da Bahia, tendo sido seus pais o desembargador Arquimedes Secundino Martins da Silva e Maria Autímia Aragão Pessoa. Aos 10 de junho de 1911, casou-se com o engenheiro José Morbeck, que viria depois se projetar marcantemente no cenário político de Mato Grosso. Fixou residência em Cuiabá, capital do estado onde seu esposo foi nomeado Diretor do Departamento de Terras, Minas e Colonização do Mato Grosso. Considerada pela Universidade Federal de Mato Grosso, a primeira poetisa do Estado de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Deixou escritos 18 volumes ainda inéditos, entre poesias e crônicas. Apenas uma coletânea denominada Poesias, foi editada artesanalmente pelo historiador Valdon Varjão na cidade de Barra do Garças - MT, após a morte da poetisa. São cinqüenta exemplares que foram distribuídos à família Morbeck e amigos. Conheça algumas de suas poesias, poemas, pensamentos...

 

 

 

Respingos

 

Que frio

Que ventania?

As nuvens cobrem

O findar do dia!

Vivo sozinha

A meditar,

Vem meu amor

Me consolar!


Dá-me teus beijos

Por que não vens?

Dá-me as delícias

Que neles tens!

Vem aquecer-me

O teu calor

Me reanima!

Vem... meu amor!

Por quê?

 

Por que te escondes de mim?

Eu fico te procurando,

Sinto o coração arfando!

Oh!... Por que fazes assim?

 

Se teu coração tem dono

O meu não é de ninguém

Mas suporto o teu desdém

E vivo no abandono!

 

Sei que a alguém tens amor

Mas meu olhar te procura

Não é mentira nem loucura

Vivo a lutar com a dor!

 

Quando a tarde desmaiando,

Tu foges do meu olhar,

Eu queria te procurar

Fico sozinha cismando!

O perdão

 

Perdoar o mal que me fizeste,

E que vivo a sofrer e a recordar,

Perdoar as angustias que me deste,

Porque pensei que me soubeste amar.

 

Foi a culpada a crença que diz

O meu sentimento dominar,

Mas, sorrindo, tu não compreendeste

Que são felizes os que sabem perdoar.

 

Não te perdôo, por que és um ingrato,

Roubaste o meu amor e o teu retrato,

Que eram relíquias do meu coração!

 

És cruel , és traidor, és insensato,

Não devias praticar o desacato

Por que te amo! Não te perdôo, não...!

 

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